quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Psicoterapia x Medicação

A psicologia é uma ciência muito jovem, e os conhecimentos desta área tem alcançado consolidação nas últimas décadas. Portanto, é comum que muitas pessoas tenham dúvidas sobre a efetividade desse tipo de tratamento.

Podemos ouvir questionamentos como: “O psicólogo somente conversa com a pessoa e não recomenda remédios, isto pode curar alguém?”

Este tipo de comentário é comum devido à comparação que se faz com a psiquiatria, na qual, o médico especialista receita medicamentos que irão atuar diretamente nos mecanismos neuroquímicos do paciente e os resultados podem ser obtidos de forma mais rápida.

Muitas ações do nosso sistema nervoso - sentimentos, pensamentos - fogem ao nosso controle, levando-nos à estágios de sofrimento psicofisiológico. Quando não discriminamos as causas e não controlamos as consequências de uma situação aversiva, o profissional da psicologia pode nos ajudar, e o diálogo que se estabelece entre paciente/cliente e profissional é conduzido de tal forma que mecanismos neurológicos são ativados, direcionando a mente para o equilíbrio desejado.


Normalmente o paciente encontra-se em sofrimento emocional porque ainda não sabe lidar com a situação, ou seu próprio sistema nervoso está criando um mecanismo de preservação, mas este pode estar provocando efeitos colaterais na vida pessoal e social do paciente.

Durante a terapia, o paciente/cliente tem a oportunidade de, juntamente com o psicólogo, identificar os possíveis causadores e reforçadores desses comportamentos e sintomas indesejados, e a partir daí formularem juntos estratégias de ação que possam alterar essas variáveis. As mudanças promovidas modificam não apenas o comportamento observável como também a bioquímica cerebral.

Podemos afirmar que, fisiologicamente, a intervenção medicamentosa do psiquiatra e as técnicas psicológicas possuem muito em comum, pois, o processo psicoterapêutico, também pode promover alterações nos mecanismos fisiológicos do sistema nervoso central. Todavia, a forma com que estes mecanismos são operados é através de estímulos intelectuais, para que o próprio sistema do paciente reequilibre naturalmente a liberação dos neurotransmissores que promovam as sensações esperadas.

No entanto, devemos lembrar que existem casos em que a intervenção mais indicada é a psiquiátrica, em outros, a psicoterápica. Mas essas ações podem ser coadjuvantes na busca da qualidade de vida.





terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Limites: Render-se ou superá-los?

Como devemos reagir, quando nos deparamos com os limites? Para responder essa pergunta, precisamos antes entender de que tipo de limites estamos falando, e definir se eles são benéficos ou maléficos.
Os limites englobam todo tipo de impedimento, seja ele físico, emocional, social, profissional.

A sociedade atual, conduzida por um sistema capitalista, exige muito de nós: "Vença seus limites"; "Seja bem sucedido!"; "Aprimore-se!"; "Seja o melhor pai/mãe, filho, aluno, profissional, etc"; "Não perca tempo!"; "Produza mais!".
Recebemos a ideia de que "limite" é algo a ser vencido, portanto, é uma coisa ruim, que só existe para travar, barrar, atrapalhar, impedindo que conquistemos nossas metas, ou as que a sociedade, empresa, amigos, família incute em nós.
É preciso ter bom senso para perceber que nem sempre os limites são para nos prejudicar, mas, muitas vezes eles servem para nos proteger. As sobrecargas da nossa vida, em grande parte, só existem porque não sabemos respeitar nossos limites, não sabemos delegar, ou recusar as demandas que chegam a nós.
Somos "treinados" para dar conta de tudo, pois se não conseguirmos, podemos ser taxados de incompetentes, como se nosso valor se resumisse a isso. O problema é que jamais daremos conta de corresponder as expectativas da sociedade, e por isso, muitos de nós pode criar um autoconceito depreciativo, ou então desenvolver uma série de problemas psicofisiológicos (estresse, depressão, transtornos de ansiedade, entre outros). Sem contar os inúmeros problemas de relacionamento, e em especial, as pessoas que amamos acabam sendo as mais afetadas.

Precisamos ter discernimento para definir nossas prioridades, de acordo com os princípios que norteiam nossa vida. Alguns limites, devem sim ser superados quando o assunto em pauta é prioritário. Outras vezes devemos entender os limites como um sinal de que em nossa vida está fora da ordem. Quem sabe é hora de parar diante desses obstáculos para reorganizar a vida?

E sempre, a maior prioridade é lembrar o verdadeiro significado de nossas vidas.