quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Jovem universitário, você chegou até aqui para quê?


A entrada do jovem à vida universitária, comumente, destaca uma fase de maior liberdade. É um período em que a maioria das pessoas se afasta naturalmente da família de origem, aquela em que exerce o papel de filho(a), recebendo cuidados e proteção. Ao mesmo tempo, ainda não constituiu a sua nova família, na qual desenvolverá o papel de cônjuge/pai/mãe, e assumirá responsabilidades por outras pessoas.

Este espaço de tempo é um período em que muitos jovens têm a oportunidade de “desbravar o mundo a fora”, e isso significa um grande salto em sua maturidade, pois aprende a se responsabilizar por si mesmo, suas escolhas e seu sucesso.

Porém, infelizmente, nem todos chegam a esse momento preparados para “sair do ninho” com responsabilidade e compromisso. A minoria tem qualquer experiência de trabalho fora de casa, outros nunca trabalharam nem mesmo dentro de casa, isto é, mal sabem cuidar da limpeza doméstica, cozinhar, lavar suas próprias roupas (melhor dizendo, ligar a lavadora de roupas). Não sabem fazer compras de supermercado, quanto menos administrar suas contas.

Por muitos motivos, que podem ser educacionais, culturais e outros, os jovens saem de casa despreparados, sem forças para “bater suas asinhas”. Mesmo assim, eles saem com a ilusão de que agora podem usufruir da liberdade tão aguardada, e acabam não fazendo bom uso dela, comprometendo sua adaptação à nova realidade.

Muitos desses jovens, após um período de esforço para passar no vestibular, acreditam que agora, na universidade, é hora de aproveitar o melhor da juventude, mas fazem isso sem medir as consequências, especialmente se precisarem sair da casa dos pais. É comum desenvolverem hábitos que prejudicam sua saúde física e emocional, como passar noites acordados em baladas (seria menos mal se fosse com os livros, já que se tornaram universitários!), exageram em bebidas e sexo sem compromisso e gastam descontroladamente. Toda euforia e curtição dos primeiros meses e anos de liberdade se transformam em estresse e baixa qualidade de vida. O desempenho acadêmico é prejudicado por causa da indisciplina com horários e afazeres, o sono fica instável e a alimentação desregrada. Tudo isso acarreta transtornos de saúde, esgotamento mental e a estrutura psicológica acaba sendo afetada também, aumentando a ansiedade, prejudicando a autoestima e a autoconfiança.

É comum que jovens com esse perfil tenham medo de se formar, encarar o mercado de trabalho e enfrentar a vida. Alguns, nem ao menos pensam nisso, pois sabem (ou tem a ilusão) que alguém continuará provendo suas necessidades pelo resto de suas vidas.

Claro que isso não se aplica a todos. Ainda bem! Existem sim, aqueles que sabem aproveitar as oportunidades, sejam advindas do próprio trabalho, ou mesmo dos recursos dos pais e da sociedade. Existem aqueles que aprenderam já na tenra idade o valor da responsabilidade e do compromisso consigo mesmo e com os outros, que desenvolveram valores bem fundamentados e tem um propósito de vida. Essa parte, ao meu ver, é a mais importante: SABER SEU PROPÓSITO E FOCAR NELE.

Para conhecer seu propósito é importante conhecer-se a fundo. Antes disso, é imprescindível ter bases sólidas de bons valores cultivados desde a infância. Essa parte cabe muito a bem a nós pais. Será que estamos ajudando-os a fortalecer “suas asas”? Somos os maiores responsáveis na formação básica de nossos filhos.

Mas, independentemente de como foi estabelecida esta estrutura inicial, sempre é tempo de reconstruirmos uma nova realidade. Agora falo especialmente a você, jovem! A qualquer momento você pode reformular sua vida, seus valores e tomar um direcionamento mais oportuno, rumo à conquista da própria independência financeira e emocional. Nunca é tarde para quem realmente entende o valor de conquistar, não só a liberdade, mas também a autonomia existencial. Isto é amadurecimento!

Não fique aí parado! Busque informações que te ajudarão nesse sentido, leia bons livros, ouça pessoas que tenham mais experiência e conhecimento, busque ajuda psicológica, troque ideias com alguém que você considera uma referência no quesito que te falta.  

A decisão é sua. “Bata as asas”, mas saiba para onde quer “voar”, use seus “olhos de águia” e siga seu foco!


Viviane Teixeira - Psicóloga & Coach

CRP 08/10085

www.psicotransformar.com.br

Viviane Teixeira - Psicóloga

psicoviviane@gmail.com

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