sábado, 12 de agosto de 2017

A “idade” chegou! E agora?


Estava aqui pensando com meus fios de cabelos brancos, sutilmente disfarçados com pigmento: Chegou aquela idade, aquela que sempre imaginei que levaria uma eternidade pra chegar. Eu mal posso acreditar nisso. Mas sim, ela chegou. E agora?

Precisaria decidir se simplesmente deixava a idade passar fazendo “vista grossa”, sem pensar muito nela. Seria melhor disfarçá-la? Escondê-la? Mudar de assunto quando alguém perguntasse “E aí quantos anos?”.

Comecei a pensar nos meus 18 anos e lembrar o quanto era bom ser jovem, ter vitalidade, beleza e muita energia pra gastar. Realmente era bom sim, mas eu não sabia.
Aí é que está! Parei pra pensar o quanto EU NÃO SABIA QUASE NADA aos 20 anos!
Me perguntei se eu gostaria de voltar àquela idade. Seria capaz de começar tudo de novo? O que eu faria de diferente se pudesse voltar?

Cheguei à conclusão que eu faria nada diferente, sabe por que? Porque foi justamente o tempo, com cada experiência vivida, cada obstáculo vencido, OU NÃO, que me tornaram quem sou. Voltar aos 18 anos seria um retrocesso na trajetória de aprendizado. Dá preguiça só de pensar em ter que aprender tudo de novo o que fui obrigada, ou melhor dizendo, oportunizada, a aprender nessa caminhada até aqui.

E talvez você me pergunte: “Mas Viviane, você não gostaria de obter de novo o poder que a juventude proporciona, a beleza e vigor físico e a boa memória dos 18 anos? E em especial, ter adiante um leque de possibilidades de escolhas e uma vida inteira para vivê-las?”

Talvez eu te respondesse num impulso, “Sim, desde que eu pudesse voltar pro passado levando junto a sabedoria que a experiência dos anos me proporcionaram”.

Mas, se fosse pensar um pouquinho melhor, eu hesitaria também diante dessa oferta, aparentemente, tão sedutora. Pensando BEM, se eu voltasse no tempo, fizesse outras escolhas, e tomasse rumos diferentes eu não seria QUEM SOU HOJE, eu teria sido outra pessoa. Talvez teria outro trabalho, outra família, outros amigos... Só de pensar que, talvez eu não tivesse casado com ESSE marido e não tivesse ESSES filhos, chega dar um nó na garganta e um desespero em imaginar minha vida sem eles. E pensar na possibilidade de ter me tornado outra pessoa, me leva a uma sensação estranha de “saudade de mim”. Quanta coisa boa eu perderia de mim mesma e da vida se minhas escolhas tivessem sido sutilmente diferentes do que foi!

Os cabelos brancos, as rugas, a flacidez, as falhas de memória são “chatinhas” mesmo, mas tudo isso é só pra eu não esquecer o trajeto percorrido. Eu tenho uma história, que pode não ter sido a mais linda e perfeita, mas é a MINHA HISTÓRIA!
Eu honro e aceito cada uma de minhas experiências, cada pessoa que fez parte de minha jornada até aqui, as que me marcaram de alguma forma, as que passaram por breve momento, as que me ajudaram, apoiaram, ensinaram, e também as que me magoaram, rejeitaram, prejudicaram, as que nem lembro mais... todas tiveram seu propósito, tanto as pessoas, como as experiências, pois me tornaram quem sou.

As experiências que estão por vir, também aceito. Não de forma destemida, mas com coragem pra aceitar que AINDA posso aprender com cada situação, a fim de amadurecer, melhorar e (tentar) me aperfeiçoar sempre...

A juventude é linda e promissora! Aos 18, eu tinha muitos benefícios próprios dessa idade, e sou grata por tê-los vivenciado. Mas eu não sabia algo que a maturidade tem me ensinado: que tenho capacidade de me REINVENTAR, de me RECONSTRUIR a todo momento, até o meu último suspiro.

Hoje, NESSA DATA QUERIDA, quando penso em mim, com todos os meus defeitos e qualidades, chego à conclusão que estou ficando cada vez melhor na arte de me amar.

AMO o prazer e a dor de SER EU MESMA. Amo minha história, amo a vida!

Por tudo isso, tenho prazer em me dar os PARABÉNS! E continuar desejando FELICIDADES pra mim mesma, até o fim do meus dias por aqui.Gratidão a Deus!
Gratidão a TODOS, que de alguma forma participaram ou participam da minha história.


Viviane Teixeira - Psicóloga

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